Clientes reclamam de não conseguir comprar remédios fracionados

30 de junho de 2015

Ao todo, 80% dos clientes das farmácias gostariam de conseguir levar para casa apenas o número de comprimidos receitado pelo médico. A venda dos medicamentos fracionados é até autorizada pelo governo, mas, como não é obrigatória, poucas farmácias oferecem.

Muitos brasileiros não sabem, mas todas as farmácias podem vender só o número exato de comprimidos que o médico receitou. É o que diz essa resolução da Anvisa de 2006. Assim, o tratamento pode sair bem mais barato para o paciente e não há desperdício, mas não é o que acontece na prática.

Visitamos seis farmácias e nenhuma delas vendia remédios fracionados. “Não temos remédios fracionados. Não vem, o laboratório não está mandando”, diz o farmacêutico Edinaldo da Silva.

A Associação dos Donos de Farmácia diz que a “norma da Anvisa é muito complexa e exigente e que não foi pensada para a realidade do Brasil”. A Associação da Indústria Farmacêutica diz que isso “ainda depende de um conjunto de instalações, disponibilidade de técnicos e investimentos que nunca foram realizados”. Para a Anvisa, o fracionamento é uma opção dos laboratórios e das farmácias, que pode contribuir para o uso mais racional dos remédios, e não é uma obrigação.

Uma pesquisa recente da Proteste – uma associação de consumidores – mostra que 80% dos entrevistados gostariam de comprar remédios por unidades. “Um barateio do tratamento. Além disso, a gente inibe a automedicação, porque diminui a quantidade de medicamentos armazenados em casa de tratamentos prévios que não foram utilizados, diminuindo assim a chance de efeitos adversos e intoxicação”, afirma a coordenadora médica da Proteste, Ana Cristina Palieraqui.

O que fazer com esse monte de remédio que sobra? “Normalmente você vai perder, porque a validade dele vai acabar e seu dinheiro vai embora”, diz um consumidor.

A Associação de Consumidores defende a aprovação de um projeto de lei que tornaria obrigatória a produção e venda e remédios fracionados por unidades. “Cabe a nós informar cada vez mais médicos, profissionais da área de saúde, farmacêuticos. E também temos que pressionar as indústrias farmacêuticas a produzirem esses medicamentos em embalagens fracionadas, isso facilita muito mesmo”, diz a coordenadora da Proteste.

Fonte: G1 – Bom dia Brasil

 

 

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