Dengue, chikungunya e zika: quais medicamentos evitar?

16 de maio de 2016

Hoje, dia 05 de maio, é o Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamentos e os conselhos de farmácia promovem campanha para alertar a população da importância do uso correto dos medicamentos e conscientizar sobre os riscos da automedicação. Esse ano a campanha também tem como objetivo reforçar as orientações e cuidados em casos de dengue, zika e chikungunya.

De janeiro a início de abril foram registrados no Brasil 802.429 casos prováveis de dengue, 38.332 casos de febre chikungunya e 91.387 de zika1. Esse cenário gera grande preocupação e alerta para a necessidade de combater o mosquito transmissor (Aedes aegypti).

As três doenças apresentam sintomas semelhantes (figura 1), tornando difícil seu diagnóstico diferencial. Assim, casos suspeitos de Zika e Chikungunya devem ser tratados como dengue, pois dentre as três é a mais comum3. Como não há tratamento específico para elas, tratam-se os sintomas utilizando analgésicos e antitérmicos, como paracetamol e dipirona2, e em casos de urticária (placas avermelhadas na pele que causam coceira e inchaço) pode-se utilizar antialérgicos, como a dexclorferinamina3. Medicamentos que contêm ácido acetilsalicílico (AAS), ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) devem ser evitados, pois inibem elementos essenciais para a coagulação sanguínea, que já é prejudicada pela redução de plaquetas causada por esses vírus, favorecendo e agravando a ocorrência de hemorragias 4.

Procure o auxílio de um profissional da saúde para se orientar acerca de quais medicamentos e a maneira correta de usá-los para o alívio dos sintomas. Também é recomendado ingerir bastante líquido e repousar para auxiliar na recuperação. Vale ressaltar que mesmo os medicamentos de venda livre, como o paracetamol e a dipirona, requerem cuidados no seu uso. O paracetamol, por exemplo, pode levar a alterações no fígado, principalmente, quando ultrapassada a dose máxima diária recomendada. (Leia mais sobre o paracetamol)

Referências:

1 Brasil, Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 13, 2016; 47(18). Acesso em 2016 mai 03. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/26/2016-014—Dengue-SE13-prelo.pdf

2 Brasil, Ministério da Saúde. Dengue aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. 2002, p.13. acesso em 2016 abr 05 Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf

3 Brasil, Ministério da Saúde. Prevenção e combate Dengue, Chikungunya e Zika. acesso em 2016 abr 05. Disponível em: http://combateaedes.saude.gov.br/tira-duvidas

4 Grosser T, Smyth E, FitzGerald AG. Agentes anti-inflamatórios, antipiréticos e analgésicos; farmacoterapia da gota. In: Kaushansky K, Kipps JT. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12ª edição; 2012. p.962-64.

Fonte: Blog do Cemed/UFMG (Daniela Fernandes Silva)

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