Uso de medicamentos por idosos exige cuidados especiais

23 de outubro de 2019

O processo acelerado de envelhecimento da população traz desafios para profissionais da saúde. Pessoas com mais de 60 anos tendem a apresentar mais doenças associadas e, pelas suas condições fisiológicas, estão mais propensas e sofrer efeitos adversos dos medicamentos. Para evitar erros e consequências graves para a saúde e a vida de indivíduos dessa faixa etária, a Sociedade Americana de Geriatria divulga lista chamada de critério de Beers, que traz a partir de estudos recentes os medicamentos potencialmente inadequados para idosos.

A última atualização ocorreu neste ano. Permanecem na relação os bendiazepínicos, que são usados para induzir o sono. Doutora em saúde, professora da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Conselho Científico do Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos – ISMP Brasil, a farmacêutica Mariana Gonzaga, explica porque é preciso ter cautela com esses fármacos. “São medicamentos que aumentam o risco de quedas e fraturas. Já temos estudos demonstrando, também, maior incidência de demências entre usuários desses grupos de medicamento”, ressalta. Segundo Mariana Gonzaga, se encaixam entre esses medicamentos o diazepan e o midazolan. “Esses medicamentos estão dentre os medicamentos potencialmente inapropriados mais utilizados no Brasil”, reforça.

Outro grupo de medicamentos que precisa ser utilizado com cautela em idosos é o dos antiinflamatórios. “Os antiinflamatórios expõem os idosos a um risco elevado de sangramentos gastrointestinais, causando hemorragias digestivas, presença de sangue nas fezes. Importante evitar esse uso de medicamentos que podem ter uma repercussão grande na qualidade de vida dos idosos e inclusive aumentar o risco de sangramento cerebral como AVC hemorrágico.”

Mariana Gonzaga orienta que esses medicamentos só devem ser usados mediante prescrição adequada e investigação de risco de sangramentos no histórico do paciente. “Na maioria dos casos a chance de causar um efeito adverso é maior do que os benefícios. Mas em casos específicos após avaliação extensa e do histórico do indivíduo e também mediante outras tentativas anteriores de tratamento, o idoso pode ter de tomar um medicamento potencialmente inapropriado, mas ele não deve buscar o uso desses medicamentos por meio de automedicação. É indicado buscar orientação de profissionais da saúde, incluindo os farmacêuticos, sobre as alternativas terapêuticas mais seguras.”

 

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Fonte: Comunicação do CFF

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